24.3.04

The art of Peace, #4


The Art of Peace is medicine for a sick world. There is evil and disorder in the world because people
have forgotten that all things emanate from one source. Return to that source and leave behind all selfcentered
thoughts, petty desires, and anger. Those who are possessed by nothing possess everything.



      Hoje foi um dia em que definitivamente me utilizei de alguns conceitos como o irimi em situações de crise comportamental. Sem dúvida, está sendo um dia difícil, envolto em traumas alheios que "obrigam" um ente querido a me agredir de maneiras dolorosamente infantis e surreais. Ao menos consegui impedir o ímpeto de dizer o que *realmente* penso sobre o dia-a-dia aqui em casa (Seria como bloquear um ataque frontal com força, sem se desviar - geraria arranhões e hematomas aos dois lados) e explicar que sou uma pessoa que sente *muita* raiva às vezes - e que infelizmente ainda não atinji o estágio de não demonstrar isso no olhar. Ainda, expliquei o óbvio, que o processo de controle de gênio e adequação a uma rotina perversamente inversa a tudo que sou, penso e acredito é gradual - e que interromper momentos em que me centro e me controlo com algaravias medíocres não ajudam muito. Bom, o ataque foi desviado - educar o "uke" (atacante) é que vai ser a parte mais difícil. Uma mente viciada em dor, angústia, ignorância e medo por mais de vinte anos é um oponente formidável em sua escuridão. Temo pois sei que uma vela não ilumina tal escuridão, mas é tudo que tenho no momento, até que possa uma vez mais suprir minhas necessidades e sair desse pequeno inferno em que habito.

      Tudo que é contrário ao louco se torna a face de um inimigo passado.

      Deixar o "eu sou/estou" para trás será um desafio notável. Confesso que ainda não compreendi muito bem o que Ueshiba Sensei quiz dizer com "deixar para trás todos os pensamentos centrados em si mesmo" - talvez a não mente budista seja a resposta, talvez o vazio de Musashi, a ação pela inação taoísta. Sim, eu sei que no final das contas é tudo a mesma coisa, mas não sei nem como começar a aplicar estes conceitos no meu cotidiano. Não ser possuído/obcecado por nada é ser livre para "ser" o universo.

      Ainda bem que amanhã passarei parte do dia com minha namorada, e parte com um grande amigo - algumas horas longe deste círculo abissal irão me fazer um bem danado.

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