16 horas

Soundtrack: Cachorros latindo ao longe

Mais dezesseis horas, e ela estará de volta. Das terras dos caribous e carcajus, ela volta, e com sua presença um pouco mais de cor à minha vida. Não que a vida tenha ficado preta-e-branca com a sua partida - esse recurso noir geralmente só acontece quando estou muito, mas muito, dauntain. Apenas as cores ficaram de-saturadas. E, apesar do que apregôo sobre a necessária sobriedade de cores na vida e os benefícios de um estilo espartano de ser, essas cores em específico fazem muita falta.

Eu adoraria pegá-la no aeroporto, daquele jeito de dar um sneak bem dado e pegar pela cintura e rodá-la de surpresa ao meio de bolsas, malas, e clones de Bridget Jones cinzas fingindo que isso não incomoda. Mas eu tenho que ganhar a vida, e esses sacrifícios que não tem nada de pequenos estão nos planos. Vou ter que me contentar em deixar seus pais a pegarem no aeroporto, enquanto provavelmente estarei preparando o esboço de um pequeno artigo sobre direito constitucional comparado. Conhecendo o meu lado trickster, provavelmente inventarei uma desculpa mais do que furada para sair uma hora mais cedo do trabalho.

Quer saber? Viagens fazem bem aos casais, ainda mais aqueles que estão já à algum tempo juntos. Fazer a gente ficar algum tempo longe coloca as coisas sob perspectiva; faz as pequenas coisas cotidianas brilharem de tão especiais quando se está junto, e dão ainda mais certeza de que desta vez o meu faro estava certo. Não que as outras pessoas fossem erradas, ou "que eu não tivesse conhecido o verdadeiro amor até então", como outro dia li no blog de uma ex namorada. Isso seria tolo e irreal, para não dizer medíocre. Cada uma foi certa ao seu devido momento.

O que meu faro diz é que este momento vai durar uma vida.

A nossa vida.