17.2.05

Distorções


Frequentemente o meu olhar parece passar através de lentes de algum material vítro-lisérgico, e distorcer de modo bizarro o mundo a que eu chamo, ironicamente, de real. Hoje é um desses dias...

      Como posso explicar a mim mesmo, sem cair numa espiral nihilistica, uma remuneração de 45x o meu salário para uma consultora que só toma decisões equivocadas, que frequentemente geram prejuízo para a empresa e que tem o nível intelectual de um secundarista de colégio municipal? Claro, sempre rola aquela estória meio antropofágica dentro do escritório. O gosto alheio independe de predicados positivos do objeto em questão - disso não há dúvida - mas, pqp, 32K por um papel mal escrito, em um inglês de latrina, para um serviço que poderia ser facilmente desempenhado por funcionários da casa a custo 0?

      Haja desvio de verba. E olha que não estou em nenhum órgão governamental. A raiva é tanta que, se eu possuísse um sabre de luz Tatooine inteiro rodava na minha mão. O que me resta? Esperar para que o energúmeno que toma essas decisões desonestas um dia escorregue na sua própria merda e seja pego com a cabeça entalada na privada.


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