Gangrel
Um conto (com final tá Miau?) sobre um vampiro e uma moça que escrevi prum jogo que não se realizou...
================================
Joseph
Dois pontos brancos brilhavam na escuridão. Não era um olhar frio, com aqueles pontos lembrando a queima do magnésio metálico. O calor que os alimentava era mior que o da forja rubra, de uma temperatura tão alta que poderia derreter um iceberg ou fazer cessar uma tempestade de neve num instante. Era o olhar faminto de um caçador, que podia queimar o próprio vento frio que era soprado pelas ondas.
Na areia, Joseph circulava a moça com passos cuidadosos, como se estivesse numa valsa. Longe de se assustar, ela sorria e batia palmas como uma criança excitada. Tudo era uma espécie de jogo, sim, mas apenas ela o percebia com a inocência e a clareza dos infantes.
Ela o convidou a se sentar ao seu lado. Ofereceu uma bebida de seu cesto de piquenique. Joseph a olhava, intrigado. Seus cabelos úmidos exalavam um suave cheiro de condicionador, que o fazia imaginá-la no banho, a alva pele brilhando sob a água gelada, brincando com as mãos em concha...
Ajoelhada ao seu lado, brincava com os cabelos do jovem, como quem coçasse a cabeça de um filhote. O Gangrel ria-se por dentro, pois há muito não recebia esse tipo de carinho. Quando menos esperava, ela fechou os olhos e quedou-se em seu colo. Respirava suavemente, como quem descansa num prado numa tarde ensolarada de domingo, com o sorriso de menina sapeca. Os lábios entreabertos exalavam doçura e ardor, possuindo o tom rubro dos figos.
Ele aproximou o rosto para melhor sentir o cheiro do hálito dela, enquanto brincava com os dedos em sua nuca, a ponta do indicador traçando complexos padrões na sua nuca. Fechou os olhos, enquanto a Besta rosnava em seu interior.
Então sentiu o peito dela se comprimindo contra o dele, a delicada trama de renda do soutien roçando seus mamilos, seus lábios colando-se num beijo profundo que anestesiava os sentidos e prostrava a Besta aos seus pés.
Suas mãos executavam um bailado único, serpenteando pelas costas e enlaçando sua cintura num abraço apertado.
Assim se passaram os minutos, e o jovem vampiro se surpreendeu com a doçura ousada da moça. Passando as pernas sobre ele, ela encostou sua boca no ouvido de Joseph e disse: “Dê me o céu”.
As ondas quebravam na praia, vermelhas....
Nenhum comentário:
Postar um comentário